¿Cuál es la diferencia entre me traz y me traga ?Puedes dar oraciones como ejemplo.

Tanto "traz" quanto "traga" são orações imperativas, exprimem uma ordem. A diferença está no pronome escolhido: "traz (tu)", traga (você). O primeiro é um pronome pessoal (eu, tu, ele, etc); o segundo, um pronome de tratamento (você, vossa excelência, vossa santidade, etc).

O imperativo dos pronomes de tratamento é feito a partir da conjugação da terceira pessoa do singular (ele) no presente do subjuntivo, ou seja: que eu traga, que tu tragas, que ELE TRAGA, etc. Portanto, se a pessoa que fala (locutor) tratar a pessoa com quem está falando (interlocutor) por VOCÊ, ela deverá dizer "me traga".

Se, por outro lado, a pessoa tratar seu interlocutor por TU, ela dirá "me traz". Isso porque o imperativo dos pronomes pessoais TU e VÓS é formado a partir da sua conjugação no presente do indicativo subtraindo-se o "s" final. No entanto, como os verbos "trazer" e fazer são irregulares, retira-se o "es" em tu e o "s" em vós:

Eu trago
Tu trazES/fazES (-es)
Ele traz
Nós trazemos
Vós trazeiS/fazeiS (-s)

Dessa forma o imperativo fica: traz tu, trazei vós. Portanto: me traz (tu) um copo d'água; me traga (você) um copo d'água.

* Para os verbos regulares, basta tirar o "s" final: tu comes (indicativo), menos o "s", fica come tu (imperativo). Assim: come (tu) toda a comida, ou coma (você) toda a comida.

A diferença, todavia, não é apenas gramatical. A escolha entre "tu" e "você" reflete o grau de formalidade e regionalismo. Em Portugal, onde se usa mais "tu", quase não se ouve "traga-me"

No Brasil, apesar do emprego quase exclusivo do pronome de tratamento "você", o imperativo é geralmente formado a partir da conjugação de "tu". É uma contradição linguística.

Dizer, por exemplo: "me traz uma água, você está mais perto da cozinha" é errado do ponto de vista da norma culta, mas é assim que os brasileiros se expressam no dia-a-dia. O correto seria: "traga-me uma água, você está mais perto da cozinha". Mas, pelo seu uso menos frequente, a conjugação "correta": traga", "faça, venha, etc" ganhou um ar de formalidade, soa mais imperativo.